sábado, 16 de julho de 2011

INVEJA

Um anjo apareceu a dois homens: um deles, invejoso. Disse-lhes o anjo (com voz de anjo):
- Peçam o que quiserem e ser-lhes-á dado. Mas atenção! Tudo o que pedirem para si, será dado em dobro ao outro.
Olharam-se. Investigaram-se. Demoraram-se. Por fim, o invejoso pediu:
- Quero ficar cego de um olho!

Isso é a inveja!

O invejoso não quer o que o outro tem. O invejoso quer que o outro não tenha. Ele perde, ele se arrebenta, ele se mutila... ele faz isso e muito mais, e tudo o que for preciso para que o outro perca, ainda mais. Ele se fere, se isso fizer parte da exigência para que o outro saia ainda mais ferido. “Quero ficar cego de um olho!”

Isso é a inveja!

Você já viu criança mordendo o seio da mãe? Quando mordia, era antes ou depois de amamentada? De barriga vazia ou de barriga cheia? Depois de amamentada, de barriga cheia, claro. Por não suportar que o seio tivesse o que lhe faltava. Inveja é tão antiga quanto o seio.

Você se lembra de Caim e Abel? “O Senhor gostou de Abel e da sua oferta e não gostou de Caim e da oferta dele” (Gênesis 4,4). Não precisou mais nada. O circo pegou fogo. E nunca mais apagou! Inveja é tão antiga quanto o homem.

Inveja é in + veja. Veja ao contrário. Não admire, inveje. Olhe a tapeçaria, mas olhe pelo avesso. Enxergue tudo do avesso. É assim que o detentor da inveja usa lentes: pra enxergar do lado avesso. A inveja é o pior, o mais antigo, o mais letal dos sentimentos.

Raiva é leite azedo: enoja. Ódio é comida estragada: intoxica. Inveja é planta venenosa: mata.

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