terça-feira, 6 de setembro de 2011

DIVÁ 5

Isso não significa que a sua vida vai ficar boa dali pra frente. Isso? É. Isso. Essa história de conhecer você e de ser apresentado ao seu hóspede interno, ilustre desconhecido seu. Aviso incômodo: depois da análise, nada garante nada. Depois de uma análise, sua vida irá continuar praticamente a mesma. Seu trabalho, marido, esposa, filhos, cachorro, periquito, papagaio... tudo vai continuar no exato lugar onde você deixou. Análise não garante melhoria de vida. Quem garante isso são as “Organizações Tabajara”.

Análise, então...?

Dá a você um estepe de pneu, uma chave de rodas, um macaco, e ainda ensina a trocar o pneu furado, só isso. Ou melhor, tudo isso. Depende do ponto de vista.

Entende a metáfora? De tanto rodar, seus pneus ficam carecas. Mas você pode escolher. Não rode, não vá a lugar nenhum, conserve seus pneus bem guardados na garagem protegidos do sol, da chuva e da estrada. Vai ser legal ter pneus novinhos, o tempo todo, guardados, o tempo todo, num tédio de matar, o tempo todo. Mas você pode escolher. Saia, ande, percorra, dê asas aos seus pés. Vire Perseu. Gaste os pneus que a vida lhe entregou novinhos, justamente, para que você, e não outro, andasse com eles. Eles vão ficar carecas? Uai! Vão. Mas e daí? Não foi pra isso que você ganhou seus pneus? Eles vão furar? Vão. Com certeza. Muitas vezes. É pra isso que você faz análise. Para aprender a trocar pneus. Entende a metáfora?

Garanta seu estepe. Porque seus pneus vão furar.

Cada vez que a vida lhe der um tombo, cada vez que seus pneus furarem, cada vez que você tiver de estacionar à beira da estrada, cansado, sem resultados, desiludido e, o que é pior (Credo! Existe pior?) sem a menor vontade de recomeçar, encontre seu estepe. Está onde você o deixou esquecido. Apanhe suas ferramentas. Troque o pneu furado. E continue.

Porque você não nasceu pra ficar sentado, choramingoso, à beira da estrada, enquanto a vida passa. Né!

Disse, repito. Análise não vende o que não pode entregar, nem promete o que não pode garantir. Até porque, vem cá, toda garantia é do Paraguai. É ou não é? Nada e ninguém garantem coisa alguma nessa vida senão aquilo que você atribuiu ao outro, graças ao poder a ele concedido – por você mesmo – para que ele garantisse por você o que você, por conta própria e sozinho, acha que não seria capaz de garantir. Não é um paradoxo? Que palavra exótica pra coisa tão comum! Vou perguntar de novo: Não é uma bobagem?

Vai lá e faz. Vai ser sempre com você.

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