terça-feira, 6 de setembro de 2011

DIVÃ 2

Como lhe disse, há coisas faladas que repicam no meu ouvido que nem sino desafinado de igreja de periferia. Bém, bém, bém... Uma dessas me surpreende quando o sujeito precisa enquadrar aquilo que vem fazer na minha sala dentro de algum contexto onde ele mesmo consiga caber. Óbvio! É assim que fazemos o tempo todo: sempre conferimos sentido, sempre buscamos conferir sentido. O sino desafina quando o sujeito diz, e às vezes até me agradece, dizendo assim:
- “Os conselhos que o Sr. me dá são muito bons...”
Ou
- “Eu vou voltar para bater um papo legal, porque a sua conversa é muito boa...”
Ou
- “Eu gosto de vir aqui porque sempre aprendo alguma coisa com o Sr. ...”

Obrigado. Obrigado. Obrigado. Não mereço tanto!

Mas não é por isso que a gente vai àquela sala de poltronas verdes, divã branco e muitas plantas. Aliás, cada vez mais plantas! Tenho de extravasar ali a meu desejo de ter um sítio...

Mas, então, o que vamos fazer lá? Eu perguntei: O que vamos? Eu não perguntei: O que você vai? O que vamos significa que ambos, nós dois, estamos implicados naquele momento, com aquele momento e desde aquele momento com tudo o que significa e acontece depois dele. Ambos.

Daqui a pouco vou lhe dizer que somos “nós três”.

Você não vai a um supermercado buscar aprendizado nem a uma sala de aula buscar massa de tomate. Da mesma forma, não freqüenta aquela sala – ou qualquer outra semelhante – para se doutorar em soluções mágicas. Não estamos ali para apontar caminhos solucionatórios nem respostas aprendizeiras. Uai? Então, o que vamos fazer lá? E qual é a parte que compete a cada um nesse contrato?

O primeiro caminho para responder a uma questão é começar perguntando o que ela não é. Quando você sabe o que uma coisa não é, boa parte do caminho já foi percorrida. Praticamente, a metade.

Bem, o espaço acabou. Tive de prometer a mim mesmo que nunca passaria de 300 palavras em cada vez, senão...

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