sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

CREDO NOVO

Creio em Deus, amor infinito, mistério original do ser,
que expressa soberanamente seu ser mais profundo
na evolução do cosmo e na humanidade
e, sobretudo, em cada homem e mulher,
que acredita e vive no amor, apesar de tudo.
E, justamente, por isso se torna expressão máxima
desse mesmo amor infinito,
cada vez que faz o amor superar a indiferença
e qualquer aparência de dor.

Creio em Jesus, o Prometido desde sempre,
imagem única de Deus,
nascido de pais humanos e do jeito humano de nascer,
sem precisar de milagres desnecessários
nem de anjos voadores,
sem, contudo, ser apenas obra humana,
mas inteiramente fruto da graça salvadora de Deus.

Creio que Jesus, o Humano para sempre,
fez parte da nossa História refazendo a História,
vivenciou as limitações da existência e da morte,
foi crucificado por ordem do poder e da ganância,
sob o governo do procurador romano Pôncio Pilatos,
realmente, morreu, e foi sepultado.

Mas creio que ele vive em plenitude – só não me perguntem como, não sei.
No entanto, é nisso que creio, absurdamente:
que a morte não teve nele a última palavra
e não a terá em mim.
Tudo porque ele se abriu e foi inteiramente absorvido em Deus.
Apesar de toda aparência em contrário,
repito, a vida é maior do que a morte
e a força do bem supera a força do mal,
nem que seja por uma questão de sanidade.

Tem de ser assim.

Por isso, ele se tornou uma força de cura,
e assim pode libertar a humanidade de si mesma
e levá-la à plenitude do projeto inicial.

Creio na ação inspiradora do sopro de vida de Deus,
que antes do início dos tempos,
na noite escura do mundo,
pairava sobre a fecundidade da vida,
para torná-la, não uma vida qualquer,
mas a vida plena de Deus.

Creio que é esse mesmo Espírito criador
que conduz e renova a comunidade dos que crêem em Jesus.
E creio nessa comunidade universal dos que crêem nele,
onde quer e do modo como ela se apresente,
porque nela Jesus, Cristo e humano para sempre,
continua a viver com rosto humano e a se dar a ver,
apesar de tudo e dela mesma.

Creio no dom de Deus,
que nos cura e nos renova e nos faz sua nova criação
para nos tornarmos, finalmente, humanos,
crísticos e humanos para sempre,
à sua imagem e semelhança.

Creio na vida,
esse, sim, o grande milagre necessário,
sempre repetido, sem jamais cessar.
E que da mesma forma como Jesus foi querido por Deus,
eu fui querido por Deus e você é querido por Deus.

Assim sendo, creio também na subjetividade humana,
que cada um terá a chance de encontrar seu próprio caminho,
que será só seu e de nenhum outro,
sem sair da comunidade humana, mas sem diluir-se nela.
Porque cada um é único, e sua saúde depende disso.

E creio na utopia humana de que seremos finalmente iguais,
em dignidade e valor,
e nos sentaremos de igual pra igual à mesma mesa,
onde acertaremos o futuro divino da humanidade,
um futuro que significa vida sem limites e sem exclusões,
sem qualquer resquício de amargura, intolerância e ódio
e, sobretudo, no amor.

Assim seja.


Este CREDO foi escrito para os que não crêem. Os que crêem já têm suas próprias respostas, seus próprios consolos e suas conclusões.

Um comentário:

  1. Credo Novo???? !!!! para os que não crêem???? !!!!
    na busca infinita de minha religação, esse e exatamente esse sempre foi o credo através do qual me orientei e acima de tudo sempre me encontrei. "Crer" tem numeração... como se fosse a numeração de nossas vestes. Não posso vestir 42, se meu tamanho é 38!!! Portanto, como me encaixo bem nestas palavras... como me sinto confortável.

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